A Reforma Tributária é hoje o principal vetor de transformação no cenário fiscal brasileiro. Com a Emenda Constitucional nº 132/2023 e a Lei Complementar nº 214/2025, o modelo tributário já começa a mudar, trazendo ajustes que impactam diretamente empresas de todos os portes, inclusive aquelas optantes pelo Simples Nacional.
O que já mudou?
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Substituição gradual de tributos pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
O objetivo é simplificar o sistema e reduzir a cumulatividade. A transição será progressiva até 2033, o que exige um planejamento cuidadoso das empresas. -
Criação do Imposto Seletivo.
Incidente sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente (como cigarros, bebidas alcoólicas e itens poluentes). Ele busca desestimular o consumo e promover maior justiça tributária. -
Nova lógica de créditos tributários.
Empresas passam a ter mais amplitude na compensação de créditos, reduzindo distorções e aumentando a neutralidade do sistema. -
Alterações para micro e pequenas empresas.
O Simples Nacional foi mantido, mas houve ajustes nos limites de faturamento e nas faixas de tributação, além da possibilidade de optar por recolhimento do IBS/CBS fora do regime simplificado em situações estratégicas.
Impactos práticos para as empresas
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Planejamento de preços e margens.
Com a nova tributação sobre consumo, será necessário rever a precificação de produtos e serviços para manter a competitividade. -
Gestão de contratos.
Contratos de longo prazo precisarão ser revisitados, já que a incidência de tributos pode sofrer alterações nos próximos anos. -
Setores mais impactados.
Comércio, indústria e serviços terão efeitos distintos, especialmente em relação à carga tributária e à apropriação de créditos.
Desafios para os contadores
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Atualizar sistemas e rotinas contábeis, garantindo a apuração correta dos novos tributos em paralelo ao modelo antigo, que ainda conviverá durante a transição.
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Capacitar equipes para interpretar uma legislação em constante evolução, minimizando riscos de autuações.
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Orientar clientes sobre impacto financeiro e estratégias de adaptação, desde reestruturação societária até revisão de planejamento tributário.
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Acompanhar novas regulamentações, decretos e portarias que serão publicados ao longo do segundo semestre de 2025 e nos próximos anos.
Oportunidades estratégicas
Embora traga complexidade no curto prazo, a Reforma também abre espaço para:
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Maior transparência tributária, com redução da cumulatividade.
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Aumento da competitividade internacional, ao alinhar o Brasil com modelos tributários utilizados em outros países.
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Valorização do papel do contador como consultor estratégico, apoiando decisões de investimento e expansão.
Conclusão
Mais do que cumprir obrigações fiscais, a contabilidade assume papel consultivo e estratégico neste momento. Empresas que se anteciparem às mudanças terão maior previsibilidade, segurança jurídica e competitividade no mercado.
A transição será desafiadora, mas também representa uma oportunidade de modernização e eficiência.
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